Quase 1.000 casos de intolerância religiosa foram registrados pelo Ceplir (Centro de Promoção da Liberdade Religiosa & Direitos Humanos) no estado do Rio de Janeiro, em dois anos e meio. Entre julho de 2012 e dezembro de 2014, foram registradas 948 queixas. As denúncias envolvendo intolerância contra religiões afro-brasileiras totalizaram 71% dos casos.
Os dados estão em um relatório preliminar divulgado nesta terça-feira (18) pela organização não governamental CCIR (Comissão de Combate a Intolerância Religiosa), em audiência pública na Alerj (Assembleia Legislativa do Estado).
Outro dado mostrado pelo relatório é que, de janeiro de 2011 a junho de 2015, o Disque 100 da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República recebeu 462 denúncias sobre discriminação religiosa.
O documento também mostra que a intolerância religiosa virtual vem ganhando destaque nos registros das denúncias, o que demanda a atenção das autoridades para caracterizar juridicamente as situações apresentadas e definir as devidas punições aos infratores.
Presente à audiência, o deputado estadual Átila Nunes destacou a importância de se ter uma delegacia especializada no combate à intolerância, devido à grande dificuldade de registro dos casos de discriminação religiosa em delegacias policiais.
— Quase todo mês temos flagrantes de perseguição religiosa. O que temos no Rio de Janeiro é quase um pequeno Estado Islâmico. Hoje, eu só acredito na força da lei através da criação de uma delegacia especializada para esses casos e na ação da Polícia Civil contra os fanáticos.
Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, Marcelo Freixo, os crimes de ódio têm de ser enfrentados e é preciso pensar em formas preventivas. Para ele, falta vontade política para combater esses crimes.
— É importante que os boletins de ocorrência tenham um espaço para deixar claro que o crime tenha alguma motivação de intolerância religiosa.
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